Mulher que vens de mim, diz-me o que vês;
Vem debruçar-te neste fundo abismo;
Que pensas tu de Deus? E das marés?
O que descobres no meu Mundo em sismo?
Põe teus olhos em mim, imenso escombro,
Um vagabundo, um louco, um libertino,
Com o desgosto pendurado ao ombro
E a Alma errante em luta com o Destino…
Perscruta bem, mulher, o lamaçal
De ânsias no meu peito. Entristeço
Um pouco em cada dia. Ah!, ser mortal! –
Vem o frio do Inverno e eu padeço,
Sucumbo com o vir do vendaval,
Por ter nascido Humano, pago o preço…
Lisboa, 22/03/94
Tuesday, August 7, 2007
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