Saturday, August 11, 2007

De Noite

Sangue nas têmporas pesadas;
Sangue nas paredes escuras da mansão;
Sangue nas mãos nervosas e apressadas,
Sangue no tapete, nas roupas, no chão.

Sangue na estátua de bronze à minha frente,
Sangue no punhal.

Sangue na mão que matou
E no corpo jacente,
Sangue que é meu, afinal…

Noite de tempestade,
Noite de inverno,
Noite Romântica (como chove lá fora!),
Noite de assombro…

Quando chegará a claridade?
Quando o fim de tudo, o Incrível Termo?
Quando a minha hora?
Quando alguém que eu ame a deixar-me o seu ombro?

Noite de lobos que uivam de fome,
Noite de crianças que choram com medo,
Noite de animais ferozes,
Noite de arrepios,
Noite de incerteza,
Noite que dormes comigo e comes comigo à mesa!

Estou tão cansado!
Estou tão cansado!
Há tanto ódio em mim,
Tanta raiva em mim,
Tanto horror em mim!,
Que falta que o amor me faz!!

Onde o abrigo que a Fé me prometeu?
Onde o porto onde o mar tem fim?
Onde o meu Deus?
Onde a Paz?

Lausanne, 27/11/04

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