Monday, August 6, 2007

Eco


Her name is Echo; she always answers back .

In Ovid, Metamorphoses III.

Poor Echo. Like a computer, she could only repeat what she'd been told. Perhaps her doomed love affair with Narcissus is the ultimate metaphor for the relationship between Man and Machine.

In Estudo Anónimo.

I

Abre as mãos.
Toma estes frutos:
Saíram-me de dentro,
Da terra que sustento,
Com o meu suor em bruto.

Abre os braços;
Acolhe-me em teu peito.
Talvez nesse repouso
Eu ganhe eterno gozo
Ou um consolo insuspeito.

Abre o coração.
Deixa-me entrar.
Faz tanto frio, cá fora, onde me encontro!
É tão ruim este silêncio pronto!
Houvesse aí alguém p’ra conversar!

Mas ninguém passa,
Aqui,
A esta hora.

Não há
Viv’alma
Neste troço:

Eu grito: «Ter-te comigo,
Eu queria ter-te comigo…»…
E é o vento que eu ouço…

Lisboa, 04/02/01

II

Trouxe-me alguém as palavras
Que te mandei por correio.
Em vão escrevi a carta.

No chão do que sou, lavra
O Mundo o seu veio:
Essa terra, hoje seca, antes foi farta…
Lisboa, 04/02/01

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