Wednesday, July 4, 2007

Mal-Me-Quer

Por trágica partida do Destino,
Fui neste bom Domingo passear
Ao Rio Mondego, belo e cristalino,
Para colher algum do puro ar.

Num infortúnio quase desejado,
Voltei-me, como instintivamente,
Para a margem, onde, repousado,
Jazia o teu corpo excélseo e quente.

Fiquei sem sangue. Mudo. Extasiado.
Bestifiquei-me em trémulo alvoroço:
Colhi uma flor, então ali plantada,

E comecei forjando alucinado:
Mal-me-quer, bem-me quer, mas muito, pouco…
Nada! E tu soltaste uma gargalhada…

Lisboa, 07/01/94- 09/12/00

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