Thursday, June 7, 2007

Acordo do meu Sonho e Não Sou Nada [1]

Num Reino mais distante que o Pensado,
P’r’álém das fronteiras do Impossível,
Vivia um soberano atormentado
Por ânsias de Infinto e Imperecível;

Passava horas sem pegar no Sono,
Cismando planos p’r’álcançar o Vácuo;
Mas, quanto mais se punha ao Abandono,
Mais queimava em si um Fogo-Fátuo.

Queria ser etéreo, inatingível,
Domar o Caos e consagrá-lo ao Cosmos,
Vergar os sentimentos tão a esmo;

E transformou-se em sombra imperceptível,
Sopro de um homem caminhando a rojos,
Quixote encoberto de si mesmo…

Lisboa, 28/08/01

[1] Nota do Autor: Verso de Florbela Espanca.
Para a Prof. Isabel Almeida, minha professora de História em 94-95. (Não o verso de Florbela Espanca, que não posso dar por não me pertencer, mas o poema). Nunca cheguei a agradecer-lhe aquele antigo poema… Proponho assim este como paga. O último verso, há-de reconhcê-lo como seu. Eu, em vez disso, reconheço-o como sendo "eu próprio"…

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