Somos carne, é certo, e da mais vil,
Em busca da matéria com que cumpra
O desejo mais torpe, o tom servil
Da revolta das células que a juntam.
Somos tábuas, boiando, de navios,
Ou dispostas a arder numa fogueira,
E intensamente somos, existimos,
Até que o fogo torne cinza a lenha.
Restos de ser, disposições de estar,
São a tua e a minha triste sorte
Que suportamos num esforço largo e fútil.
E agora é a fúria, o praguejar,
Que ficam vivos entre nós e a Morte;
E da vida, nada, vão retrato inútil…
Lisboa, 06/02/00
Wednesday, June 6, 2007
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