I
Quiz ser o que não sou;
O que eu não sei, o que não posso ser.
Vivi-me, simulei-me um outro:
Um estranho a mim que em mim se sedentou,
Forçando algo, aí, a perecer…
Mas onde está o dono do meu corpo?
Lisboa, 27/04/97
II
ESBOÇO DE UM EPITÁFIO:
Aqui jaz a alma que eu não tinha
A impressão de um ser independente.
A consciência que tenho não é minha:
Morreu o que eu era realmente…
Bruxelles, 28/08/04
III
Estou morto por dentro.
Como uma noz que só tem de bom a casca.
O meu Poder Estatal tem no seu centro
Um terrorista em prol da causa basca.
Por isso tenho o espírito em estilhaços.
Por isso provo tanta solidão.
Dás-me o teu coração, abres-me os braços,
Mas não consegues cobrir a multidão
De eus e pessoas que eu possuo.
Tenho uma sombra que me está pregada
Que me corrói com o gesto mais ruim,
Que me extermina pelas horas más:
Bombas me lança do seu antro escuro,
Arde-me os dias, faz-me cinza e nada,
Por mais que o povo imenso que há em mim
Se junte e em coro clame pela paz…
Lisboa, 06/03/01
Quiz ser o que não sou;
O que eu não sei, o que não posso ser.
Vivi-me, simulei-me um outro:
Um estranho a mim que em mim se sedentou,
Forçando algo, aí, a perecer…
Mas onde está o dono do meu corpo?
Lisboa, 27/04/97
II
ESBOÇO DE UM EPITÁFIO:
Aqui jaz a alma que eu não tinha
A impressão de um ser independente.
A consciência que tenho não é minha:
Morreu o que eu era realmente…
Bruxelles, 28/08/04
III
Estou morto por dentro.
Como uma noz que só tem de bom a casca.
O meu Poder Estatal tem no seu centro
Um terrorista em prol da causa basca.
Por isso tenho o espírito em estilhaços.
Por isso provo tanta solidão.
Dás-me o teu coração, abres-me os braços,
Mas não consegues cobrir a multidão
De eus e pessoas que eu possuo.
Tenho uma sombra que me está pregada
Que me corrói com o gesto mais ruim,
Que me extermina pelas horas más:
Bombas me lança do seu antro escuro,
Arde-me os dias, faz-me cinza e nada,
Por mais que o povo imenso que há em mim
Se junte e em coro clame pela paz…
Lisboa, 06/03/01
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