Quando veio do fundo a Fúria de um Sismo:
E eu aguardando o que não está comigo,
E eu aguardando o que não está comigo.
Sentando-me à beira de uma Ravina
Veio um grã Tornado a tolher-m’a Vida:
E eu aguardando o que não está comigo,
E eu aguardando o que não está comigo.
Quando veio do fundo a fúria de um Sismo
Tremeram-m’as mãos com’um Cataclismo:
E eu aguardando o que não está comigo,
E eu aguardando o que não está comigo.
Veio um grã Tornado a tolher-me a Vida
Por achar minh’Alma a sonhar desabrida:
E eu aguardando o que não está comigo,
E eu aguardando o que não está comigo.
Tremeram-m’as mãos com’um Cataclismo
E o Coração é só Ocultismo:
E eu aguardando o que não está comigo,
E eu aguardando o que não está comigo.
Por achar minh’Alma a sonhar desabrida,
Veio um Monstro grande que me fez grã f’rida:
Ah!, E esse monstro vivia comigo,
Ah!, E esse monstro vivia comigo!
Lisboa, 09/12/00
[1] O título é, como poderão reconhecer, um verso de Sá de Miranda.
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