Sou cego.
Nas tuas fúrias, com ou sem justificação,
Não descortino o amor.
Por isso,
Também eu me enfureço, com ou sem justificação.
Por favor:
Sou crente no Livro de Fé que professas;
Sou crente na Vida Futura que profetizas;
Sou crente na Terra Prometida
Que está algures entre o teu olhar e o teu peito.
Mas,
Mesmo profundamente crente,
Profundamente devoto,
Com plena esperança,
Não posso,
Não consigo
Esquecer que sou Humano
E que por isso preciso de um Milagre
Que me faça enfim ver um Sol
Brilhar em pleno,
De frente,
Sobre as coisas...
Promete-me:
Depois da tua fúria,
Da minha fúria,
Do cansaço adjacente às nossas explosões,
Se tivermos sobrevivido,
Fazes-te o meu Cristo,
Vens até mim,
E dizes-me: «Abre os olhos e vê!»?
(Nesse instante dar-me-ias um beijo)…
E eu regresso do meu antro de morte
Com o inesperado prazer de tanta Luz…
Lisboa, 11/10/01
Saturday, June 2, 2007
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