Saturday, June 2, 2007

Por Culpa da Distância

Aproxima-se a Procela do cimo da Serra,
Aproxima-se o Trovão do negro chão do Mar;
Aproxima-se um Tremor do coração da Terra
E uma excessiva Urgência de Gritar!

Aproxima-se a Raiva desta Consciência,
Aproxima-se o Ódio!
Aproxima-se, horror!, o Fim da Paciência
Servido com Sulfatos d’Asco e Sódio!

Aproximam-se sete anos de Desgraça,
Aproxima-se a certeza de uma Dor;
Aproxima-se de novo a Ameaça
De não haver Amor!

Aproxima-se um Nevoeiro Denso
Que há-de pousar até à Eternidade…
Aproxima-se um Desgosto (e ele é imenso!),
E o Tempo da Vontade sem Vontade…

Aproxima-se essa Carreira Antiga
Que viaja de um a outro Tédio;
Aproxima-se a queda dessa Viga
Em que assentava o meu Antigo Prédio:

Esse meu Prédio de ser um Homem Novo
Melhor que o Outro donde outrora vim;
Aproxima-se o Esmagar-me como um ovo…
E o Morrer, meu Deus!, Dentro de Mim![1]

Lisboa, 27/08/02

[1] Nota do Autor: As maiúsculas reforçam o meu Fim…

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