Saturday, June 2, 2007

Surpresa

I

Malmequer
Não o quer
Nem Muito
Pouco
Nem Nada.

Mas ele avança
(Está Mudo);

E ela conspira
No escuro;

Mas ele avança
(Está mudo);

E ela suspira
Enjoada.

Guarda a Morte
Enquanto espera
Dá-lhe a Morte
Envenenada.

Ela dança,
(Ele está mudo),
Ela respira
(Está escuro),
Ela respira
Excitada…

II

Foi um beijo?
Foi um murro?
Um ensejo,
Uma lufada
De um sopro que foi sussurro,
De uma carícia suada?

Nem carícias
Nem murmúrios,
Mas o frio de uma facada…

(…)

III

Malmequer,
Porque é mulher,
Já não me quer
Para nada.

Disse-se flor da manhã,
(Disse-se rosa encarnada!)
Mas despiu-se, a Escorpiã,
E cravou-me uma picada…

IV

Morri de amor, e por nada…

Lisboa, 03/01/97

No comments: