Saturday, June 2, 2007

De um Amor Recriado de Jorge de Sena

I

Amo-te muito, meu amor, e tanto
Que, ao ter-te, amo-te mais e mais ainda.
Depois de ter-te o meu amor não finda.

Que encanto é o teu se continua enquanto,
Deitado à tua beira,
Me esqueço da tormenta à cabeceira?

Lisboa, 22/05/01

II

Amo-te muito, meu amor, e tanto
Que, sem te ter, o meu amor não finda.
Porquê sofrer esta dor ainda?

Que encanto é o teu que possa ter tal espanto,
Que além da tua beira,
Eu pense nesta vida traiçoeira?

Lisboa, 14/03/03

III

Estou hoje fora
De mim, do Mundo, do que sou por dentro.

Hora por hora
Estás no meu pensamento.

Lisboa, 22/05/01

IV

Ou o fim do Mundo está perto
Ou sou só eu que rebento...

Lisboa, 16/03/03

No comments: