I
Passos...
Ouço passos, lá fora, ò Solidão!
Corro a ver de quem são,
Quem chega - Não me viu, não o vi…
Nada...
Nada, nem ninguém...
Só passos rápidos de alguém
Que não vem por aqui...
Tenho a vida presa (que prisão!)
Desde que nasci...
Tenho uma ansiedade, inquietação...
Mas já passou, já esqueci...
Lisboa, 22/11/95
II
Sim, descansa...
Foi só um sobressalto.
Podes voltar a essa enorme angústia
Que define a tua natureza...
Pois quem virá comer à tua mesa?
Só esta hidra que voa dos planaltos,[1]
Só este monstro do medo e da incerteza…
A Solidão?
Que vileza!
A Solidão?
Que vileza!
Podes voltar a essa enorme angústia
Que define a tua natureza...
A Solidão?
Que vileza...
Lausanne, 22/09/04
[1] Nota do Crítico: Nova incongruência deste autor menor. Como é do conhecimento geral, as hidras não voam. Cf. National Geographic, programa XII, série 237, 19xx.
Monday, June 18, 2007
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